quinta-feira, 25 de setembro de 2008
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Esboço de um manifesto - O Banquete Barangandão
Não convém definirmo-nos, pois não estamos terminados, acabados – não estamos.
Visto isso: certo é que nos movimentamos, simplesmente acontecendo.
E ao acontecer, parte inconsciente, é que começamos – digo começamos pela lenta aquisição desse processo – a entender qual é a nossa função; e de que forma ele se faria presente, fisicamente num cenário artístico-cultural de Niterói – e porque não, do estado, do país, do mundo.
Convém-nos a chegada dessa nova estação, de um novo pensamento, uma nova abordagem; atrelados a necessidade que o novo século implora, nas entrelinhas de uma massificadora cultura midiática, por começar…
Em busca de uma identidade própria, não de outrem; como princípio de uma reciclagem histórica; não o produto de sucatas sociais e culturais, mas o de um organismo que se nutre de experiências, até então pungentes, que lhe proporcionassem amadurecimento e competência para difundir uma consciência recriadora, não somente de um ponto de vista, mas de uma atitude efetiva.
A favor da independência da fome d’arte, podemos ofertar um banquete, no qual a união de potências criadoras possa ser alimentada pela degustação de um intercâmbio de inspirações e ingredientes precisos e atípicos. Provando gostos, gestos, cheiros, formas, texturas, linguagens; a preparar, enfim, um prato de um refogado em fios de significados aromáticos e apreciados pela essência do encontro – ao qual os sabores e dissabores tomam a mesma proporção sinestésica.
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
O banquete barangandão
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
OUTROS DEMÔNIOS E O BARANGANDÃO
Naquela noite, visitaram-nos muitas dessas criaturas obscuras que se vê, mas não se sabe de onde vêm, por essas e outras bandas gritando apavorosamente para os infindos ventos, acanhando almas de pouco experimento. Ahahahaha!
E uma sombra antropomorfa rabiscou a lua, que minguante fez o instante Barangandante... E assim que ressoou o som das cornetas flutuantes e das trombetas alucinantes, todo mundo se barangandou.
Segundo a lenda, o roda-gira-girou possui um aroma narcótico e quem se apodera do brinquedo vira borboleta!
Nossos ilustríssimos uni-versados, Victor, Martina e Pablo bateram as asas e as cordas, e vibrantes entoaram as primeiras notas do nosso ritual Barangambeiro.
A primeira evocação foi de João Cabral de Melo Neto por intermédio de irmã Evelyn e sua bíblia cabralina, recitando o poema "Estudos para uma bailadora andaluza"
E para não perder o costume e os novos adeptos da seita Barangansônica, Thati desvendou para o público, mais uma vez, os mistérios das metamorfoses concebidas pelo Barangandão e seu nirvana plasmático e inefável.
Sentados na sala de espera, enquanto observavam o movimento de alguma coisa, pensando em nada, em alguma coisa, ou algum levantamento de copo, Wesley, Irene, Fabio e as coloridas enamoradas enamorantes, na expectativa do circo pegar fogo;
Daya, Thati e Victor sentiam um leve cheiro de fumaça e fagulhas no ar... E o relógio badalava 1hora e 22minutos... Daya, ainda no prumo de suas faculdades mentais, disse: “Eu canto!!!”
E assim o Cult-rock de Daya e Victor salvou as almas do frágil silêncio das horas.
Das profundezas da Cantareira surgiu o Matusalém dos Anjos com seu tabaco inacabado. Para terminar de confeccionar o charuto de Pessoa; Pessôa, o próprio, despontou a Tabacaria.
“Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolate”
COME CHOCOLATE, PEQUENA!...
Wesley levantou a mão para dizer: RAW!
Harmonizando uma poesia de “Ninguéns”.
Para os que acham que a poesia traz monotonia, vejam só os fieis exorcizando seus demônios:
Ás 2hs 22min 43centésimos, como num transe, o garçom foi flagrado observando as fotos de Mathias do Valle. pps:. mas não
conta para ninguém, hein!
O exímio fotógrafo Elfo do prosaico, infeliz
mente, não pôde ficar até o fim de nosso solene Festival Druida, que perdurou até os primeiros cantares adejantes.
Encontrando-se perdidos em meio ao labirinto de Elfos, Faunos e Floras, os remanescentes trovadores barrocos melodiaram e poetizaram os Ninguéns de todo sempre.
Enrolando-se na serpente Barangansfinge, Wesley apontou-nos uma voz em palavras.
Também contávamos com uma exposição de desenhos de Maria Bonita e retratos do contemporâneo de um amigo seu, anônimo.
Nossos incentivos pictóricos da Galeria Delta da Pintura Universal continuaram colorindo e pincelando desenhos
VERDES
Pendura as telas, Martina!
Pincelem ae, queridíssimos Baranganpictores!
Ôôôôô... BELEZA!
Ás 3:60 da madrugada... Renato do Tasca do Renato, hipocorístico Bar TriBos, cumpria seu papel, mais impaciente do que nunca, querendo profanar toda Arte em movimento, se prestando a algum eletrônico-pop anônimo, antônimo e atônito.
No auge da efervescência das Cruzadas Egípcio-pagão-artístico-caótica de São Domingos de Constantinopla, LE SARAU BARANGANDÃO, demonstrou sua primazia bem articulada e fundamentada pelos seus amigos seguidores.
Thati encontrou um Mago Tocador de cordas e descobriu ser outro iluminado pelo Dedilhado Del Diablo, na obscuridade da selva Niterabense, por onde os séculos se perderam em trilhos mal encarrilhados por algum senhorio de uma lactescência imponente e “AMPLA”. Intuitivamente, os dois com o aprendiz de Feiticeiro Victor Hugo, subiram ao palco para resgatar a antiga e fragmentária memória da Dinastia Catacumbae.
Os vitores, vitorianos e vitorinos, Thiago e Gizélida pálida, fantasmagórica e camuflada nas cochias do palco, entraram em cena, ou “quase”, porque o relógio devorador de chorpus não parava de badalar o término das horas.
Logo após a maré ressaqueada de rock n’roll, achegaram-se ao palco, despretensiosamente, para recitar uma poesia de Belém do Pará, Evelyn e Larissa.
Larissa com sua belíssima e entoada voz, sublimou-nos poeticamente “vou voar além do infinito...”. Evelyn com total leveza, destreza, magistreza, desenvoltureza dos movimentos, dramatizava as profundas palavras da poetiza... “como águia de fogo/ sempre a seu lado.”
E os adeptos da Águia de Fogo voaram ao delírio...
Ás 4:07, a fadinha Lívia com seus panos coloridos e encantados... embriagou a todos com sua dança elementar do branco “Desanuviar”, em gestos inspiradores azulados e sensualidade singular vermelha.
Ainda no mundo das fadas, o Mago Tocador dos Druidas voltou com ar sossegado de sua graça, desta vez para tratar de umas senhorinhas crepitadas pelo desejo e acalentadas pelo ato siririquístico do feminino: “As Velhas Virgens”.
Martina decidiu continuar o trabalho do Mago Tocador de cordas, soprando sua flauta mágica... Pablo manteve a tradição Catacumbaequiana do Dedilhado Del Diablo
A Barangantéia transou um transe
Às 4hs 37min 60centésimos. Depois de rir, chorar, se descabelar, refletir, conversar, se emocionar e, é claro, rodar o barangandão!, a poética da vidística continuou. Evelyn com seu amolado facão abriu os caminhos no mato e desbravou as veredas do Sertão... eiiita Cabralina!!!
De um Sertão com vista para mares de concreto, Thati resgatou a história dos “Filhos do Carnaval” solenizada pela violonizada sonoridade das mãos de Pessôa, V.H.
Ueóueóueóueómm!!! Corríamos dos ponteiros do relógio. Eles queriam nos engolir, eles iam comer a gente! Somebody HELP us!
E as cornetas dos angelicais músicos voltaram a ecoar: Guizão nas freqüências mais subterrâneas; Thiagão retumbando acordes etéreos; Victor, um distinto percursionista de bochechas; Pablo harmoniando algumas notas e Paulinha mostrando suas sustenidas cordas de voz.
4hs 59 ½ min. Uma dupla de folk começou a cantarolar, com a indispensável ajuda do Barangandótimo Victor fazendo o intenso trabalho de pedestal.
Oh Céus! Perdemos completamente a noção do tempo, já não era sexta-feira, nem sábado, tampouco domingo. Era um tempo impluralizável. Mas, precisamente na terça-feira, foi encontrado o último dos Barangaetílocos cantando a jardineira no banheiro do bar. Logo após ser encontrado por Kako Barbelos de profissão perigo-repórter, pois, por coincidência ou não, exatamente neste dia, estavam à procura de pessoas desaparecidas. A creatura se debruçou no balcão: “meu primo, desce uma água com bicarbonato”.
Daya Gibeli com sua câmera supersônica de visão infra-vermelha captou o espectro-ectoplasma de Hermenegildo Odilon Stephaneo Buh, foragido da Transilvânia, exilado em Paquetá e procurado, vivo ou morto, pelos Baranguinquisitores.
PORRA HERMENEGÍÍÍLDOOO... VAI PRA PAQUETÁRIUUU!
Sem mais delongas, pararemos por aqui.
Agradecimentos:
Ao relógio, porque não nos devorou; à Dinastia Catacumbae, da estirpe Pessôa Moura & Romualdo Saragoza Coelho de Moraes Dayavishinna Brancesco, que nos cedeu imagens imagéticas, pergaminhos de escrituras, dicionário Romeno-Hindu-Árabe-Egípcio-Latino-Japonês-Druida-Wicca-Kazar/Português, caneta tinteiro, lupas psicodélicas de aumento 500.000x, aspirador de pó blacker und dacker e pelo envio de alguns parentes desencarnados para o Barangandão & outros demônios mais... Aos Expositores, às Bandas, aos Poetas e seus Intérpretes, à Fadinha Bailarina, aos amigos Letreiros e Desletreiros, aos Papais e Mamães, aos Garçons, aos Fornecedores, aos Cultivadores de limão e cana, aos Passarinhos semeadores e ao Bar TriBos pela sua nova aquisição do espaço-LoVe-lounge, de onde saíram muitos fluidos de Paz & Amor LIVRE.
Até o próximo BARANGANSTOCK!
Encaretidamente, mas de graça:.
O Barangandão..