Foi no dia 04 de julho, foi sim, nos lembramos bem, ou não – a festa julina psicodélica – das paredes do bar se transformando numa grande tela onde todos eram criaturas vivas e criadores da arte que faziam.
Engolidos pelas paredes coloridas!
Ficamos pastosos, oleosos; ficamos grafitados! Gauche!
Primeiro... Ali... Aleatório... Como no último - por alguns motivos que não vamos repetir aqui, porque quem viu, viu, quem não viu creu bereréu uéoéoéoéoéo – não pudemos provar a existência das exposições artísticas, primaremos por homenagear os artistas que ali exibiram os seus paridos trabalhos.
Por Daya Gibeli, floratomo Barangandensa, fotos e textos viscerais, uterinos, barangandinos, em sua fabulosa exposição “Cinemascope Brilhante” composta de dez achados da substância vida, no brilho em película de capturar o infinito.
Agora, dos pincéis de Martina Carvalho, reverberando a simbiose homem-natureza, as pictorias expostas proporcionaram aos amigos uma sensação de libertação que transbordou e logo manchou as outras paredes do evento.
Diretamente entre as paredes encantadas, “Big Dog & Banda Facksom” abriram com um som tranqüilo para juntar todo o mundo na roda de uma miscelandia musical. Os caras mostraram para o que vieram. Mario no violão vociferante, Jaime na percussão, e eletrizando na guitarra e back Robson, acompanhados pelo baixo e pandeiro dos Barangandoviskys Victor e Fabio.
Enquanto isso os Barangandontes curtiam maximametente as consonâncias da Facksom ”cachorro grande”...
O Astronauta do Universo nos visitou com suas bonecas coloridas, panéticas e perfumadas... Ô, mãe prendada!
A abertura começou iniciada com a alegria gerada pela banda dos cachorrões e logo depoizinho com a Baranganvó Thati, para variar, contando a mutável estória do brinquedo gira-roda-gira BARANGANDÃO.
Vamos rodar o BARANGANDÃO!
Com força de mulher criada por lobos, a Martina subiu decidida no palco para contar a Estória de Dom Carlos, uma saga do céu marítimo, em que a estrela-sideral transmuta-se em estrela-do-mar eternamente caçada pelo caçador peixinho...
Diretamente da ERA do Renascimento, oriundo do acasalamento dentre “Os Ninguém” e o membro do GIRA GIRA GIROU BARANGANDOSO Fábio Bastos, inebriando o público lânguido com a flauta mágica e seu bate-tambor. Encarnação do ninguém atacou na percussa, enquanto Wesley plimplimplirizou as cordas de aço do violão medieval. p.s. Canções, violão e instrumentos de lutieria própria.
A Thati blue disse: “De um amor infrenqüentável nasce um blues sem melodia”.
Inspirados os pirados expectantantes uniram-se para contarem causos, após o equívoco espectral que aconteceu na inóspita “terra do sono” revelado pela Barangaghost Thati, acompanhada pelo violão do cético Ricardo Werneck e seu nariz de dúvida.
Pedro H. Nunes subiu ao palco para contextualizar o espaço reluzente de uma metafísica do nada, com o Baranganteso Victor no baixo e com Martina shiatsando nos “paus de chuva”.
Wesley Brito, com seu semblante compenetrado, saltou do palco carregado de poesia e a esparramou entre o público como fingidor de Pessoa.
Num dialogo descontraído, Miguel e Wilson Moreno, deram continuidade ao samba-soul bem com Jorges e boas com Chicos.
Pablo e o tam-tanzeiro abaixo persuadindo na percussão.
Num novo desafio lançado, agora com prêmio gelado ao mérito, Garrido foi incentivado a não se calar. Subiu ao palco para protestar contra os alunos que não vão barbarizar o Pará no ENEL (Encontro Nacional de Estudantes de Letras). E para amenizar o clima, Garrido autor intercedeu poeticamente após o protesto. Haja palavra, hein, camarada!
Mais uma vez com estimado cult-rock, os Baranganmusos Daya e Victor, convidaram a se manifestar baixisticamente o Pablo, e de suas composições próprias, na magia de notas flutuantes, o Barangampúblico se deixou embalar.
Numa áurea de poesia pungente, os versos ganharam mais formas do que bocas e ouvidos, harmoniosos com os experimentos musicais de Martina, Pablo e Pablo, e assim alcançaram toda a fisiologia dos corpos com “As Bundas” de Victor Pessôa.
A Baranganfada Thati fez o chamamento místico “As Três luas” para dizer “Louco: tu és mais louco que o louco...”
E para manter o erotismo das confissões poetizadas, Victor, “num estupor de coma, na sensação narcótica do aroma”, recitou “O mito da Medusa” de Cruz e Souza para os enfeitiçados presentes.
Eis o Pablo do “Pablo e Pablo”.
Entorpecidos pelo momento apaixonante e inebriante das poesias em voga, detectamos nos bastidores barangandeu’love, o casal e o seu envelope 60’s...
Nossos primos distantes, do interior das minas do BARANGANDÃO, Irene “Ô iai” Dorte e Fabio “Ai, deu sardadi...” Bastos, junto com Ximbica, sua filhota, contaram as peripécias lá da fazenda, do meio do mato dentro.
Depois que os primu do interiô saíram – porque eles dormem cedo e acordam com o canto de Ximbica – Martina na voz, Pedro H. na pandeirola, Garrido no pandeiro e Wesley na antiga viola, soltaram as feras no ápice dos efeitos Barangantóxicos.
Embaixo da confraternização Barangandionisíaca, Rodrigo, Clovis e Victor, que já não conseguiam calar a voz, agarraram o microfone e puseram-se a poetizar. “Poetizem, crianças , poetizem!”
Banho de canção para o descarrego do mal-olhado; através de uma visão magneticamente do ponto de vista etílico, Barangancidas Daya e Thati improvisaram Mutantes com os meninos Ricardo e Victor. “Ué, cadê a Thati???” Daya continua a mutantear com os mutantes.
“Vai, Rodrigo, solta a voz, canta o frevo de maínha!”
Em noite de lua nova, a Baranganlina Thati clamou felinamente o “Gatinho da madrugada” ao som de ainda Ricardo e Victor penumbrosos...
Surpreendentemente perdidos na noite, surgiram das sombras Bruno, no violão, e Urrul, no vocal, levando ala pra lá com rocks’pops para os divertendos da festa. No meio do pula-pula estava Garrido, Louise, Victor também soltando o que há de direito.
Por motivos de forças etílicas e ondílicas, os Barangandílicos não registraram fotograficamente o vocalista Urrul. Porque nosso GPS encontrava-se com problemas técnicos, não nos oferecendo nem a latitude, nem a longitude do paradeiro de Urrul no nosso grandioso palco. Em vista disso, disponibilizamos a legenda de Urrul e sua respectiva seta verde-limão.
Como informamos acima, nosso GPS desfocado foi incapaz de nos fazer distinguir o palco da platéia, e logo assim, estavam todos embolados num espaço palco.
O E.T. continua a manter contatos extra-sensoriais com os nossos satélites e câmeras barangandiadas, mas o Odilon...
Onde está o Odilon?
Por motivos de chuva de sapos e canivetes, e falta de fiscalização dos brinquedos barangandões, no evento do dia 13 de junho, faríamos um sorteio para aquele que mais e melhor rodasse, girasse, remexesse, ondulasse o barangandão. Nosso exímio rodador não levou seu prêmio para casa e infelizmente, por vingança (grifo nosso), que é um prato que se come frio, o dito cujo não compareceu. Por isso nós repetimos assim de frente:
“Onde está o Odilon???”
Por essa e outras não registramos ninguém a rodar o barangandão e por mais que apelássemos: “Vamos rodar o barangandão!” só houve o silêncio e barangandões esquartejados. Nosso maior incentivador e colaborador do remexe-mexe do barangandão não estava lá.
Agradecimentos
Ao nosso maior incentivador e colaborador do remexe-mexe do barangandão, e o único que pacientemente ri das bobeiras aqui escritas e registradas para todo o sempre, Odilon!; ao Casal TriBos; às Barangandante Irene e Monique Feder (comissão de comunicação) por carregarem boca a boca pelos becos e breus do mundo o acontecimento acontecendo BARANGANDÃO; ao nosso relaxante vinho suave rubro do Primo Lanches Self-service; às bandas e bandos convidados ou não; aos revelados talentos pictorescos que preencheram nossas paredes do todo; ao dia 4 de julho por nos inspirar o LIBERTARTE (pela impreterível libertação da arte); ao copeiro por sua paciência de Jó, nos aturando até os por fins dos finalmentes.
Barangandemos!
Encaretidamente, mas de graça.